Atendendo empresas de diferentes setores — do agronegócio à tecnologia, da indústria à prestação de serviços — percebo um padrão que se repete, independentemente da idade, do estilo de liderança ou do porte da empresa.

A maior dificuldade dos líderes é sair da operação e ir para o estratégico. Muitos ainda estão presos no detalhe do detalhe, com dificuldade de delegar porque acreditam que “ninguém faz do jeito certo” — ou, como ouço com frequência, “ninguém faz

do meu jeito”.

Esse comportamento acaba travando o crescimento das empresas. Para a organização crescer, os líderes precisam aprender a confiar, ensinar e deixar a operação nas mãos da equipe, focando em planejar, analisar e desenvolver pessoas.

Quando o líder não faz esse movimento, ele também sente dificuldade de lidar com o emocional da equipe.

Quando um colaborador não está bem, ou quando é preciso ter uma conversa difícil, muitos líderes preferem fugir do assunto — e se refugiam nos números, nas planilhas, nas metas.

Mas liderança não é só número. Trabalhar com pessoas exige escuta, empatia e posicionamento cuidadoso, sem confundir sensibilidade com “mimimi”.

Hoje, com o foco crescente em saúde mental e bem-estar no trabalho, e com novas regulamentações como a NR1, é ainda mais importante que os líderes saibam se posicionar e conduzir as pessoas com equilíbrio e respeito.

Além disso, ainda há um desafio importante na região Sul do país: a presença feminina em cargos de liderança ainda é menor.

Essa predominância masculina, em alguns contextos, pode dificultar o diálogo e a aproximação em temas emocionais e comportamentais — o que reforça a importância de diversificar perfis e fortalecer o olhar humano na liderança.